O fantástico mundo invertido
Imagine uma sociedade utópica, onde alguns princípios morais e éticos até então estabelecidos e (infelizmente) ainda alimentados, fossem invertidos. Jovens héteros seriam expulsos de suas casas, homens seriam assediados ao passarem em frente de um salão de beleza, mulheres se sentindo menos mulheres por terem um grelo pequeno. Eu fiquei pensando nisso e me perguntando: Como seriam as frases preconceituosas nesse mundo invertido?
Jão, 21 anos, preto, policial militar. Grande admirador das ideias Marxistas. Faz sua patrulha normalmente quando encontra quatro homens brancos conversando numa praça, enquanto um deles, com uma mochila nas costas, segura na mão uma raquete de tênis. Jão desce da viatura e os aborda:
“Tem drogas aí na mochila? Uma cara de usuário de cerveja artesanal, vocês querem me dizer que não tem uma IPA nessa mochila?!”
Catarina, 32 anos, mulher, mãe de pet e viciada em estudar. Todos os dias, Catarina deixa seu marido em casa tomando conta dos seus 22 gatos adotados, para encontrar suas amigas num bar e passarem horas lendo Foucault enquanto falam mal dos seus maridos. Eis que um lindo homem de bermuda de lycra e camisa de time passa próximo à mesa. Catarina saliva como quem vê um livro sobre indentitarismo e comenta com suas amigas:
“Isso tem uma cara de quem adora lavar uma louça”
Jéferson, mais conhecido como mona Jé, 64 anos, ex-militar, defensor dos bons costumes e da família tradicional brasileira: Homem, homem, outro homem e pai de dois bebês reborn. Jéferson está no salão fazendo as unhas, quando avista um casal hétero entrando no estabelecimento… Todos olham para eles com ar de raiva e nojo. O casal sente a animosidade do ambiente, desiste do atendimento e caminha em direção à saída. Eis que mona Jé solta:
Foda